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Criança X Estresse

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Há alguns anos atrás o estresse era tido como algo que acontece somente com adultos, e hoje já é reconhecido como um problema que faz parte também da vida das crianças.

O estresse  é uma reação do organismo diante de situações difíceis ou muito excitantes, e pode ocorrer em qualquer idade, podendo se manifestar através de sintomas físicos e/ou psicológicos.

Nós adultos não estamos no nosso melhor quando estamos cansados ​​ou estressados, e com as crianças não é diferente. Quando sobrecarregada, o corpo da criança reage de forma parecida com o adulto, mas como ela ainda não sabe identificar o que está sentindo, ela não sabe como reagir, e muito do que é tido como “mau comportamento” nas crianças é, na verdade, “comportamento de estresse”.

Segundo a Dra. Marilda Lipp, o estresse infantil é desencadeado quando a criança está diante de algum evento estressor que provoque a necessidade de adaptação ou mudança, causando reações físicas e/ou psicológicas. O estresse não é algo negativo, é uma reação natural do corpo. O problema é ele ser vivenciado de forma intensa ou prolongada.

Se o organismo estressado tenta se adaptar a essa sobrecarga e não consegue, isso pode ocasionar prejuízos psicológicos que prejudicam a saúde da criança, como: depressão, dificuldades de relacionamento, comportamento agressivo, ansiedade, choro excessivo, gagueira, dificuldades escolares, pesadelos, irritabilidade e insônia. As consequências também podem ser físicas, como: doenças dermatológicas, dores de cabeça e asma.

Mau comportamento e comportamento de estresse são diferentes. Mau comportamento é quando a criança estava consciente do que estava fazendo e não deveria estar fazendo aquilo. Significa que ela tinha capacidade de ter agido de forma diferente. Com o comportamento de estresse, a criança não tem essa capacidade, ela está estressada demais e não tem condições de tomar uma decisão ou escolher algo.

Pense na criança muito impulsiva, que tem birras frequentes, não ouve, não tolera a frustração ou tem dificuldade em demonstrar empatia. Tais comportamentos podem ser sinal de que o nível de estresse está muito alto e ela não consegue administrar mais seus sentimentos e, consequentemente, seu comportamento.

É preciso olhar para além do comportamento; é preciso entender o motivo, entender o que causou o comportamento. A criança está explodindo por algum motivo e ela não está conseguindo se expressar de outra forma. As pessoas costumam pensar que esses comportamentos surgem do nada, mas quase sempre há sinais de excesso de estresse anteriores.

Ao olhar para as explosões da criança como resultado de muito estresse, é possível ver o comportamento e a criança de forma diferente. Em vez de ver uma criança que toma decisões ruins, vemos uma criança que tem emoções. Em vez de uma criança opositora, é possível ver uma criança lutando, tentando se defender ou fugir de uma situação. Em vez de uma criança que precisa ser controlada, vê-se uma criança que precisa se acalmar.

O que fazer?

Inicialmente, durante a explosão, é necessário ter algumas atitudes para garantir a segurança de todos, inclusive da criança, mas o objetivo mais rápido para lidar com esse comportamento não é punição. As crianças precisam aprender a expor suas emoções, a controlar seu comportamento, mas não com uma atitude de controle ou punição quando ela está realmente chateada.

Nesses momentos, o que a criança precisa é que os pais (responsáveis) a ajude a se acalmar, tentando diminuir o estresse que está causando o comportamento e as ensine o que elas podem fazer quando se sentirem daquela forma. Responda calma e empaticamente para que seu filho se sinta cuidado, seguro e calmo.

 

Para alguns pais isso pode ser um desafio. Os antepassados ensinaram que quando as crianças estão fora de controle, eles devem exercer controle adulto através da punição. Mas essas estratégias como vozes elevadas, comandos, advertências e punições tendem a piorar a situação, levando a criança ainda mais para a luta ou fuga e gerando sentimento de revolta.

Tente dar um passo para trás, olhar pelo lado de fora da situação e procurar situações anteriores e identificar o que poderia ter causado a explosão e, com o tempo você, pode ensinar a criança a se perceber e reconhecer quando estão ficando agitadas e perceber o que a estressa.

Pergunte para a criança: “o que você acha que te deixou assim?”, e a ajude a encontrar o motivo. Os “estressores” podem ser de fontes físicas, emocionais e/ou sociais como, por exemplo, trabalhos de casa excessivos, preocupações sociais e agendas lotadas. Mas há também “estressores” ocultos, que podem ser gritos, discussões, pessoas irritadas, falta de sono, má nutrição, problemas de saúde ou pouco exercício, dificuldades de aprendizagem, problemas de amizade ou preocupações com a escola.

O estresse esgota a energia de qualquer um, especialmente da criança para outras tarefas importantes, como prestar atenção e aprender, mas principalmente para administrar sentimentos fortes. Ao identificar o que pode ter causado o estresse, veja o que pode ser reduzido. Descubram juntos o que ajuda seu filho a desestressar e sentir-se calmo.

Mudanças simples podem fazer uma grande diferença para gerenciar todo o resto, como dormir o suficiente, se alimentar com comidas saudáveis, brincadeiras e exercícios. Existem vários tipos de atividades que reabastecem a energia, como brincar na natureza, ou apenas brincar, praticar esportes e música. Há uma longa lista.

O que funciona para você pode não funcionar para o seu filho, o que funciona um dia pode não funcionar no seguinte. O que para uma pessoa é calmante, para outra pode ter o efeito oposto. Para algumas crianças o exercício físico é transformador, mas para outra pode ser que não. Isso pode ser descoberto experimentando.

Não é necessário poupá-lo de situações estressantes, mas sim ensiná-lo a lidar com elas e  como se proteger e se acalmar. O stress deve ser proporcional à idade e à maturidade da criança. Algumas situações não são possíveis de serem evitadas, como no caso de uma morte na família ou mudança de cidade, por exemplo. Nesses casos é preciso fortalecer a criança para lidar do melhor modo possível com a situação.

O importante é agir de forma amorosa e empática, dessa forma seu filho se sentirá amado, seguro e confortável para pedir ajuda quando necessário. Isso é fundamental para um desenvolvimento saudável.

Veja também:
Direitos essenciais para o desenvolvimento na infância
Como estimular o desenvolvimento da criança prematura
Tabela de Metas – Crianças e os novos hábitos

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Texto: Psicóloga Juliana Gomes
Fotos via: Huffington

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