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Encontrando o pediatra ideal – Minha experiência com a Bela e Pedro

Algumas decisões são tão importantes e nos trazem tanta confiança nessa jornada materna, não é mesmo?

Encontrar a médica/obstetra, escolher o tipo de parto, encontrar a rotina de amamentação, decidir o momento certo de ir pra escola, babá X creche X largar o emprego, e assim vai…. 

São tantas coisas que vão refletir na nossa rotina e nas nossas escolhas também. Eu não tenho dúvida que encontrar o pediatra ideal e que realmente combine com a gente faz parte dessas escolhas que mudam caminhos e nos trazem segurança. 

Hoje quero dividir com vocês a minha experiência, o que deu certo pra mim e como funciona pra nossa família. Primeiro de tudo, eu errei quando não pensei nisso durante a gestação. Busquei uma médica para conduzir meu parto, que eu gostasse e tivesse empatia (sei lá se achei, mas na época da Bela parecia que estava tudo certo). Nem passou pela minha cabeça pesquisar pediatras, pedir indicações. Achei que tudo bem o profissional que me indicassem no hospital, ou poderia aproveitar as idas ao consultório da minha médica e passar no marido dela que era pediatra. 

Quanto engano! Os 9 meses com o bebê na barriga o que mais importa é mesmo esse médico que traz segurança, conforta e nos conduz no melhor caminho até o parto. Mas, depois que o bebê nasce você só precisa de uma boa consultora de amamentação e um pediatra “ponta firme” (e também precisa de toda a rede de apoio, que acho melhor deixar esse papo pra um outro post). 

Eu fui em MUITOS pediatras até os 2 anos da Bela! Deixa eu contar toda a saga… 

Achei OK a médica que atendeu e cuidou da Bela durante o parto e na primeira semana de vida. Marcamos de ir até seu consultório. Eu já quase caí pra trás ao entrar ali; parecia que estava na década de 80, e até boneca sem cabeça tinha lá. Ela era uma mulher bem ríspida, que não ouvia (e eu queria mesmo era poder desabafar e contar meus medos). Mandou eu amamentar por 20 minutos em cada peito e era isso!

Corri pra outro, indicação de uma amiga. Mandou eu amamentar por no máximo 5 minutos em cada peito e leu um artigo científico seu durante a consulta. Socorro! Fui em outros 2 e acabei mantendo um mesmo por uns 6 meses, por falta de opção e porque estava me sentindo mais segura mesmo. Me irritava um pouco o fato dele falar tudo ao contrário do que eu lia e ouvir falar na internet da medicina moderna. Acredite: existem muuuuuuitos médicos que pararam no tempo e não estudam, não se atualizam. Isso é irritante! Quando chegou a fase da introdução alimentar, fechei com uma nutri super querida e antenada. Foi ótimo e não precisei seguir nada o que o pediatra da idade da pedra falava. 

Aos 8 pra 9 meses resolvi fazer uma loucura e buscar um pediatra em SP (na época, a gente morava no litoral paulista). Eu dirigia umas 3 horas ou mais (entre ida e volta) pra me consultar na pediatra. Ela era querida, apoiava amamentação, super carinhosa com a Bela, as consultas eram longas. Suuuuper estudiosa, mas percebi com o tempo que faltava experiência de quem já é mãe/pai e de quem já ouviu muitos corações e pulmões por aí. 

Eu estava desacreditada de pediatra já! Quando a Bela ficava doente, a gente ia pro PS mesmo e torcia pra ter um pediatra gente boa e querido por lá. A grande questão é que aos 11 meses a Bela internou com pneumonia e depois foram muitos episódios de infecções, bebê asmático. A médica atualizada e especializada exatamente nas complicações da Bela, parecia não estar no mesmo timing ou não diagnosticar. Enfim… Testei outros 2 e ia levando com a barriga, nunca muito satisfeita. 

Quando a Bela completou 2 anos, teve mais uma crise e pneumonia. Estávamos prestes a viajar de férias pra fora do Brasil, e eu estava com aquele medo de dar m* na viagem. Levamos todos os remédios possíveis. A viagem foi conturbada, não pelo pulmão da Bela, mas pelo fato dela ter começado a gaguejar do nada! Deve ter sido a euforia e ansiedade de tudo. De lá ligamos para o pediatra (que na verdade só tínhamos tido um contato – era o pediatra novo, das galáxias, que atendia no Einstein). Ele nos deixou calmos e confortados. A Bela continuou gaguejando e quando voltamos pro Brasil resolvi fazer mais uma tentativa! Lembrei que a minha média obstetra (eu estava grávida do Pedro), tinha comentado pra eu passar no marido dela, Dr. José Agop. Eu ia ao consultório todo mês, encontrava com ele, mas meio que não queria misturar as coisas. Mas pensei: “bom, vamos tentar mais um né?”. 

A primeira consulta ele sequer encostou na Bela. Só conversamos por mais de uma hora. Eu queria mesmo era um diagnóstico pra toda a gagueira e instabilidade emocional da Bela. Deixa eu resumir essa história, então, leia um pouquinho aqui.

 A terceira consulta que o Dr. Agop finalmente examinou a Bela, ela já estava mais tranquila e segura com o médico novo. E adivinhem só? Bastou auscultar o coração para já pedir um eco! Nessa fase a gagueira já tinha melhorado 90% (só com remédio antroposófico) e diagnosticamos a cardiopatia congênita da Bela! Como assim? Parecia tão óbvio, a Bela já tinha passado por tantos médicos e ninguém nunca tinha ouvido o tal do sopro imenso, de um buraco gigantesco no coração? Eu estava inconformada! 

Claro que eu fiquei segura e feliz com o novo médico. E assim fomos… cuidando da Bela e certa que o Pedro já tinha um médico pra chamar de seu. Mas calma, não foram apenas os 2 diagnósticos acertados que me fizeram entender que tinha encontrado o médico ideal pra mim. Vou listar aqui: 

  • Empatia é tudo! Tem que rolar de cara, tem que ser um médico que você admire e que te deixe confortável na consulta;
  • Ele (ou ela) precisa seguir uma linha que você acredita (claro que é a gente quem vai tomar a decisão final, mas acreditar e ter fé é metade do caminho);
  • Precisa ter disponibilidade para as emergências. Entendi isso na prática e eu me sinto muito segura toda vez que a Bela e o Pedro estão doentes! Custa falar com o pediatra? Sim! Ele está sempre ocupado no consultório ou no hospital, mas eu vou atrás até o último segundo e evito ao máximo PS, que acaba sendo o caminho do diagnóstico fácil/seguro/de muitas intervenções;
  • Tem que ter experiência! Desculpe os mais novos, mas, sinceramente, a experiência tem feito toda a diferença com meus filhos;
  • O profissional não pode parar no tempo. Tem que estar de olho nos estudos e novos métodos, tem que mudar seu jeito pra se adaptar às mudanças também;
  • Tem que ter opinião forte! Ai! Tem horas que a gente só quer uma opinião e aquela segurança. Ouvir “ah, pode ser” ou “o que você decidir vai funcionar” ou “existem esses dois caminhos…” Ah! Eu quero SIM ou NÃO;
  • Não pode seguir receita de pão. Cada criança é de um jeito. Então, se adaptar às necessidades de cada um, de um jeito personalizado, é fundamental. Acho que só tenho noção disso hoje;
  • Apostar na natureza, nos remédios naturais, na busca por uma vida saudável como forma de cura. Acredito nos remédios? Sem dúvida! Mas o equilíbrio entre os dois mundos é muito importante;
  • Tem que ter jeito com criança! Meio ridículo isso, mas eu já fui em pediatra tão duro e outros tão sem jeito. Não sei como que foi escolher a profissão se não tinha a menor vocação.  

Ai! Muita coisa, né?! Acabei desabafando aqui com vocês. Esse post não é pra reclamar de profissionais e nem pra fazer publicidade de outros, ok? É só a minha experiência e poder dividir com vocês o que eu acho ser importante na hora de escolher o pediatra. 

Eu não sigo tudo o que o pediatra das crianças diz. Discordo de várias coisas!
Mas, o que mudou é que a partir do momento em que eu confiei a saúde das minhas crias em alguém, passei até a aceitar as manias do pediatra e tá tudo bem. Confio que ele está estudando, se atualizando e que quer o melhor pra minha família. Estou feliz! 

Agora me conta se você encontrou o pediatra ideal pra você e o que foi determinante na sua escolha?

Se você ainda não encontrou o seu médico, calma! Siga firme e não desista! Você vai achar o ideal para a sua família. A minha dica final é tentar profissionais particulares. Vai valer a pena o investimento (economiza em roupa, restaurante) e fique atenta porque você pode pedir reembolso pro plano.

Uma foto com eles!:)

 

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Fotos: Ítalo César Fotografia

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Junia Lane