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Relacionamento entre irmãos – Cada um tem a sua forma de pão

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Hoje senti vontade de compartilhar com vocês um pouquinho da nossa infância! Muitas pessoas escrevem pra gente elogiando o nosso relacionamento de irmãs mesmo depois de crescidas. Fico me perguntando se elas não têm irmãos ou, para ser mais específica, uma irmã, sabe? Pois só quem tem irmã sabe exatamente como as coisas funcionam!

Tenho que confessar que não é nada fácil! Ter irmã, ainda mais se tratando de duas mulheres é sempre delicado e um tanto quanto difícil. Minha mãe sempre conta que quando a Lorena nasceu, eu, com apenas 1ano e9 meses, ao conhecê-la, sorri e chorei. Adoro contar essa história porque eu sempre me emociono. Falo sorrindo com choro engasgado como se sentisse tudo novamente! Fico imaginando minhas sensações como irmã mais velha, será que eu chorei por entender que meu reinado tinha acabado, ou chorei por já querer protegê-la e cuidá-la?

Acho que a partir daquele dia minha tão curta vida mudou! Por mais que eu tivesse ciúme do tempo que meus pais, e principalmente minha avó se dedicava à Lore, eu tinha no meu coração a missão de tomar conta, de ser responsável e de proteger de verdade. Lembro de inúmeras vezes que defendi a Lore na escola, na família, com os amigos e fazia o que fosse possível para vê-la feliz!

Vivemos praticamente a vida inteira compartilhando quarto. Lorena era implicante, me mordia e eu batia nela. Por um tempo nós brigamos e criamos uma linha imaginária no quarto e ninguém poderia ultrapassar essa linha. O lado direito era da Lorena e o esquerdo era o meu. Algum tempo depois meu pai montou um mini quartinho para Lore e ficou tudo super lindo, lembro que na época aquilo era o máximo. Tinha papel de parede, armários embutidos, cama baú e piso de madeira! Parecia casinha de boneca. E eu continuei no nosso antigo quarto que agora tinha virado um apartamento 5 estrelas, mas completamente sem graça e vazio. Bem feito pra mim! Fazer as pazes teria sido uma ótima opção, não?rs. 

Relacionamento de irmão mais velho em relação ao mais novo é sempre de sorriso e choro, amor e ciúme. Mas, para o irmão mais novo parece que o sentimento é de orgulho e muita admiração. Lembro que ela adorava me imitar, copiava até a minha letra. Isso mesmo! Passava horas tentando fazer a mesma caligrafia que a minha! Mas a vida para o irmão mais novo parece ser mais leve também, sem muitas preocupações, afinal de contas, ele tem sempre muita gente ao redor e pouca noção da realidade. A Lore sempre foi assim, pelo menos! rs. Ainda tem o fato de que o irmão mais novo pode aprender com os erros do mais velho. Bom, não é mesmo? (Mas o meu trunfo é que eu reinei por um tempo sozinho, e só percebo quão especial era isso porque vejo como é a Bela hoje. Tudo para ela, toda a atenção, todo o amor. Que delícia e que especial). 

A missão dos nossos pais e de qualquer outro pai é sempre entender a personalidade de cada filho. Todos são diferentes, tem suas qualidades, pontos fortes e pontos fracos. Não é porque um filho gosta de desenhar que os dois terão que fazer aula de desenho, não é mesmo? No nosso caso foi o piano. Houve um tempo que fizemos piano, e mesmo a Lorena falando que não gostava teve que continuar, até o dia que ela deu fim! Minha mãe deve ter ficado arrasada, não lembro como foi a reação dela… mas a partir daquele dia o piano era a atividade da Júnia e a Lorena iria se dedicar a outras e não tinha nada de errado nisso! Cada uma nasceu com um talento, não adianta querer colocar os filhos em uma mesma forma de pão. O pior é quando a forma de pão não é da imaginação imposta pelos pais por completo.

Tivemos outros capítulos diferentes como “as historinhas da igreja”. A minha mãe treinava a Lore para contar histórias bíblicas e ela era fera nisso! Em uma versão atual e super engraçada ela contava história como do Filho Pródigo, Bom Samaritano e todo mundo amava. Até que a minha mãe começou a me incluir nisso tudo. Eu ia emburrada e não gostava nenhum pouco de contar histórias! Que luta! Determinantemente aquele não era o meu talento. Eu estava na forma de pão errada, tentando me encaixar, mas sem muito sucesso.

Na realidade, acho que todas as pessoas já passaram por isso quando eram crianças. A comparação, ainda mais quando os filhos são do mesmo sexo, é comum, mas as vezes ela toma conta e quando se tornam adultos que se comparam não é bom, porque junto com a comparação vem um monte de sentimento ruim como inveja, egoísmo, insatisfação… e outros. Isso pode ser determinante e ponto alto na formação do caráter.

Acho que eu a Lore e eu lutamos e vencemos as diferenças e as comparações, achamos nossa própria forma do pão e ajudamos nossos pais a entenderem isso também. Nosso amor de irmã foi mais forte e eu ainda sorrio e choro de saudade de um tempo que não volta mais! Mas acho que a saudade da infância é normal, não é mesmo? Hoje nos curtimos verdadeiramente mesmo morando longe uma da outra, cada uma com sua respectiva família, e somos muito mais amigas do que na nossa adolescência. Mas, não se iluda, brigamos até hoje também! hahaha.

Só posso dizer uma coisa TER E SER irmão mais novo ou mais velho é uma das melhores coisas da vida! Eu poderia escrever muito, muito mais sobre os nossos casos de infância e adolescência… É sempre gostoso relembrar, rende boas risadas, as vezes crises de riso! Hoje agradeço aos meus pais que de uma maneira especial conseguiram ter jogo de cintura para conviver com duas filhas tão diferentes! Depois ainda veio a Etiene, mas essa parte da história eu vou deixar para um próximo post.

Se eu pudesse dar alguns conselhos, seriam:

– Faça as pazes com o seu irmão. Resolva seus problemas com ele e não deixe que as diferenças sejam maiores que o amor de vocês.

– Se você for pai ou mãe de dois filhos, motive, incentive, valorize cada um individualmente, não compare, não tente colocá-los na mesma forma de pão e tente fazer com que eles convivam juntos (em quarto compartilhado de preferência).

– Tenha pelo menos 2 filhos… É um presente que você vai dar para eles e para vocês mesmos (pais) até o final da vida.

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