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Autoestima e maternidade

Há um bom tempo escrevi sobre “Gravidez e autoestima”. Nesse post falei que não estava pronta para comentar a respeito da autoestima após o parto. Ainda não estou, mas esse cantinho aqui faz a gente criar coragem para escrever e dividir muita coisa. É praticamente o nosso diário e nos sentimos próximas de tantas mamães…

Embora o nosso corpo mude muuuito durante a gravidez, eu gostei de estar grávida. Claro que foram muitos incômodos, principalmente no final da gestação, mas não posso reclamar. Eu não inchei, engordei apenas 9 kg, adaptei as roupas que tinha, o marido me achava bonita (e não foi do tipo controlador com o que comia, rs). Esse é apenas um breve resumo, até porquê, a gente vai esquecendo as coisas ruins com o passar do tempo, não é verdade? Ainda bem!

O grande desafio foi quando a Bela nasceu. Eu mentalizei e tinha certo na minha cabeça que cuidaria de mim, secaria o cabelo mesmo pra ficar em casa, faria as unhas com frequência, e mesmo na correria, tudo daria certo (comprei até sutiã de amamentação rendado, hahaha). Algumas mamães realmente tiram de letra. É cada foto bonita que a gente vê na internet, não é mesmo? O que acontece é que de repente, você não existe mais. (pelo menos foi o que aconteceu comigo). Rápidas olhadas no espelho, lavar o cabelo e deixar secar naturalmente já estava de bom tamanho, pijamas o dia inteiro…. a salvação é que no começo sempre tem alguém dando aquele ‘help’, fazendo uma comidinha, trazendo um copo de água. O que seria de nós sem esses anjos da guarda?

Não é fácil e também não é desleixo. A gente arruma a cria por completo, mas vem uma preguiça e tantos obstáculos que passar um corretivo nas olheiras é algo “grande”. E sabem de uma coisa? Tudo bem! Está tudo bem viver esse momento sem pensar na gente mesmo, é natural. Mas, é preciso pensar que tem data de validade! Uma hora temos que lembrar que existe um ser humano por trás dos pijamas e do sutiã com marcas de leite.

Se ame, mas se respeite.

Cada mãe tem seu tempo. Eu demorei um pouco. Talvez até demais. Conseguia me arrumar para ir à igreja (quando a Bela completou 1 mês) e era isso. Não passava pela minha cabeça voltar a cuidar do meu corpo (justo eu que fiz exercício a gestação inteira), afinal, qualquer esforço que comprometesse a produção de leite estava fora de cogitação (eaí eu generalizei todos os exercícios e esforços, rs). O corpo estava esquisito. Magro, mas com o quadril alargado e com uma pochete saliente. A gente não passa perfume ou creme com cheiro, pouca maquiagem, o armário fica restrito a camisas/vestidos com botões. O foco realmente é o bebê. O cabelo começa a cair e a rotina é tão pesada que é possível passar dois dias seguidos com o cabelo preso. Amamentar é a glória da minha vida, mas também é o meu deserto.

Por mais que te falem: “nossa, você está linda”, você sabe que não é bem assim…. O fato de eu ter voltado a trabalhar em uma semana de vida da Bela pnão ajudou muito a minha autoestima, mas fico pensando que ter outra atividade que não seja apenas o bebê é muito bom. Quando a Bela já estava com quase 6 meses, mais independente e eu mais confiante, deveria ter pensado em mim, mas não! Nem sabia por onde começar/recomeçar. E fiquei assim até agora. Quase não cuido de mim ainda. Tenho planos de voltar a fazer exercício físico, ler o livro que parei há uns meses, assistir TV de vez em quando, colorir o cabelo, quem sabe começar um tratamento para rugas (ano que vem eu faço 30, OMG!)… São planos.

Estou feliz porque esses planos já estão na minha mente, na minha ‘to do list’. Falta executar, mas de repente, começo a me olhar no espelho. Ainda não consigo fazer as 3 refeições do dia com calma. Talvez esse dia nem chegue, mas sinto que as coisas vão melhorar.

O marco do primeiro ano fez diferença por aqui. Vou viver o segundo aninho da Bela com muito mais amor próprio. Talvez você já tenha passado dessa fase. Eu vivi intensamente o luto do meu corpo e da minha mente. Hoje é segunda! Um lindo dia para re-começar! Vamos separar um tempinho só pra gente? Quem está comigo nessa?

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7 comentários

  1. Ah, o seu post de hoje é muito EU! Achei que estava sozinha nessa! Minha filha completa um ano dia 13/10 e agora que estou começando a me incomodar com meu jeito largado. Sim a palavra deste primeiro ano de vida é largada, porém feliz! Vivi intensamente pra ela, mas sinto que está na hora de cuidar de mim. Meu cabelo caiu e ainda cai muito, tenho falhas enormes. Já decidi cortar e começar a tratar. O corpo está mega magro, mas melhor assim não é mesmo? É o que sempre ouço!
    O importante é saber que a fase mais difícil passou e se conseguimos olhar pra nós e percebemos que precisamos de cuidado, é porque estamos prontas pra administrar tudo com mais leveza!
    Beijinhos pra você e Bela.

  2. Ótimo o tema abordado. Eu me vi nesse texto! São muitas as mudanças pra nós mães, nossa vida muda por completo e durante 1 ano inteiro eu tb não vivi pra mim. Não me arrependo de nada… mas hj vejo que nós tb existimos e precisamos de cuidados… ainda mais sabendo que passamos por uma explosão hormonal. Amei o texto! Bjss

  3. Como sempre, seus textos são super, mega reais e inspiradores.
    De fato, esse período é uma espécie de “luto de nós mesmo” e “viver pra nossa cria” e que nos exige um equilíbrio muito grande. Assim como vc, Lore, eu me dei um prazo de validade. Essa fase já está caminhando pro fim, embora eu seja muito amante desse “meu mundo de mãe”.
    Que Deus nos ajude a entender e passar por tudo isso bem e saudável.
    Obrigada por esse cantinho.
    Um “Xêro nas 4. :* :* :* :*

  4. Nossa me vi em tds as suas palavras ! Um ano e meio exatamente e eu continuo perdida kkkk , com planos e mais planos ela autoestima se nem fale kkk!
    Que difícil meu Deus!
    Obrigada pelo relato!
    Bjs

  5. Nossa vc me relatou minha filha está com 1 ano e 2 meses e eu ainda não sei por onde recomeçar!
    Trabalho longe no tenho tempo pra nada durante semana e de fds surto com casa roupa comida e ela…
    qd vi há e domingo minha unha continua a fazer e o cabelo aff o cabelo.
    Sem contar que o marido fica totalmente esquecido!
    Enfim ela nasceu e eu só sei ser mae!

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Junia Lane