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{Saúde do Bebê} Teste da Linguinha

Se você acabou de entrar no mundo da maternidade e tem se perguntado sobre alguns dos primeiros exames do bebê, hoje o post é para você. E, se você já é mãe, e mesmo assim tem dúvidas sobre o tanto de exames, vacinas e cuidados, temos uma coluna chamada Saúde do bebê com informações importantes dos primeiros cuidados com o do bebê.

Você pode ver mais sobre Vitamina K, a primeira injeção do bebê e sobre as primeiras vacinas, teste do pezinho, por que fazer o testa da orelhinha?, cuidados com os primeiros dentes e muito mais.

E hoje, vamos falar sobre o TESTE DA LINGUINHA. Um dos testes obrigatórios mas que poucas pessoas fazem! Ah, se soubessem o tanto de problemas que evitariam! Você já fez no seu bebê? Você sabe para que serve? No livro “Teste da Linguinha: para mamar, falar e viver melhor”, de Onofre Santo Agostini, encontramos um conteúdo excelente para tirar todas as dúvidas e esclarecer informações importantes.

O Projeto de Lei nº 4.832/12 de autoria do Deputado Federal Onofre Santo Agostini, que “obriga a realização do protocolo de avaliação do frênulo da língua em bebês, em todos os hospitais e maternidades do Brasil”, foi sancionado pela Presidência da República e se converteu na Lei nº 13.002, de 20 de junho de 2014. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 dias de sua publicação oficial. O protocolo de avaliação do frênulo da língua para bebês foi desenvolvido durante o mestrado da Fonoaudióloga Roberta Lopes de Castro Martinelli na Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo. Com a aplicação desse protocolo é possível identificar se o frênulo lingual limita os movimentos da língua, que são importantes para sugar, mastigar, engolir e falar. Pesquisas em todo o mundo têm comprovado a importância do diagnóstico e intervenção precoce dessa alteração. Com a aprovação dessa lei, o Brasil torna-se o primeiro país a oferecer esse teste em todas as maternidades, abrindo mais um campo de atuação para os profissionais da saúde e beneficiando a população.

Pais e responsáveis

Peça o teste da linguinha: é eficaz, rápido e não dói: Língua presa é uma alteração comum, mas muitas vezes ignorada. Ela está presente desde o nascimento, e ocorre quando uma pequena porção de tecido, que deveria ter desaparecido durante o desenvolvimento do bebê na gravidez, permanece na parte de baixo da língua, limitando seus movimentos. O teste da linguinha é um exame padronizado que possibilita diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos da língua causadas pela língua presa que podem comprometer as funções exercidas pela língua: sugar, engolir, mastigar e falar.

Como fazer o teste da linguinha: O teste da linguinha deve ser realizado por um profissional da área da saúde qualificado, como por exemplo, o fonoaudiólogo. Ele deve elevar a língua do bebê para verificar se a língua está presa, e também observar o bebê chorando e sugando. O exame não tem contraindicações. Recomenda-se que a avaliação do frênulo da língua seja inicialmente realizada na maternidade. A avaliação precoce é ideal para que os bebês sejam diagnosticados e tratados com sucesso. O que fazer se a maternidade ou hospital não tiver realizado o teste? Avise o pediatra ou profissional da saúde logo na primeira consulta. Ele deverá encaminhar o bebê para os locais que estejam preparados para realizar o teste. No Brasil, a  lei  nº 13.002 de 20 de Junho de 2014,  que torna obrigatória a aplicação do protocolo de avaliação do frênulo lingual em todos os recém-nascidos é recente, por isso, não existe um cadastro oficial do Ministério da Saúde de todos os locais que realizam o exame.

Resultado: Existem graus variados de língua presa, por isso a importância de haver um teste que leva em consideração os aspectos anatômicos e funcionais para fazer um diagnóstico preciso e indicar a necessidade da realização do “pique no frênulo que está preso na língua”. Se o resultado da avaliação do protocolo indicar a presença da língua presa, o procedimento de liberação do frênulo lingual, popularmente conhecido como “pique na língua”, deve ser realizado por um profissional médico ou dentista.

Quanto mais cedo, melhor: É importante que seu bebê faça o exame o mais cedo possível, preferencialmente no primeiro mês de vida, para que se descubra, com a maior antecedência, se tem língua presa, evitando dificuldades na amamentação, possível perda de peso e, principalmente, o desmame precoce, com introdução desnecessária da mamadeira. Seguir essas recomendações faz toda diferença para a amamentação e consequentemente para a boa saúde do seu filho.

Profissionais da Saúde

Ajude a detectar as alterações do frênulo lingual: Recomende o Teste da linguinha: é eficaz, rápido e não dói. Quando um bebê nasce com o frênulo lingual alterado, normalmente parentes próximos podem apresentar o mesmo problema. Por falta de informação, muitos sofrem em silêncio as várias dificuldades que essa alteração pode causar. Há bebês com dificuldades para mamar, causando estresse tanto para ele quanto para a mãe; crianças, jovens e adultos com dificuldades na mastigação/deglutição e alterações na fala, afetando a comunicação, o relacionamento social e o desenvolvimento profissional.

Além disso, diferentes movimentos da língua como, por exemplo, limpar a cavidade oral, lamber sorvete e beijar podem ser difíceis de realizar. Infelizmente, até hoje, alguns profissionais defendem que alterações do frênulo lingual não existem, não afetam a amamentação, não causam desconforto para a mãe, não prejudicam a fala, e que vão corrigir-se sozinha, sem tratamento. Isso não é verdade! Publicações científicas recentes em todo o mundo têm estudado a interferência da “língua presa” nas funções de sucção, deglutição, mastigação e fala.

Como oferecer o teste da linguinha?
Informe à direção da instituição em que trabalha sobre o teste da linguinha. O exame deve ser realizado por profissionais habilitados. É necessário que a equipe receba treinamento técnico adequado para garantir a integração das etapas entre a triagem, o diagnóstico e o tratamento. Um estudo realizado em 2013, na Universidade de São Paulo, encontrou uma ocorrência de 22,54% de alterações do frênulo lingual em bebês. Isso significa que a cada 10 mil crianças nascidas, 2254 têm alterações do frênulo lingual, sendo muito frequente no período neonatal, superando inclusive as patologias encontradas pelo Teste do Pezinho e da Orelhinha. Por todas essas razões, é muito importante a realização do Teste da Linguinha, preferencialmente durante o primeiro mês de vida.

Como realizar o Teste da linguinha?
O Teste da linguinha é realizado por meio da aplicação do Protocolo de avaliação do frênulo lingual com escores para bebês (Martinelli, 2013). Este protocolo é dividido em história clínica, avaliação anatomofuncional e avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva. O protocolo tem pontuações independentes e pode ser aplicado por partes, até o 6º mês de vida

1. Posicionamento do bebê:
Para posicionar adequadamente o bebê, é solicitado que a mãe ou responsável apoie a nuca do bebê no espaço entre o braço e o antebraço. Em seguida é solicitado que ela segure as mãos do bebê.

2. Elevação da língua do bebê:
Para elevar a língua do bebê é utilizada uma manobra específica onde são introduzidos os dedos indicadores enluvados embaixo da língua, pelas margens laterais, para que se possa fazer a elevação. É preciso tomar muito cuidado para não abrir exageradamente a boca do bebê e, eventualmente, prejudicar a articulação temporomandibular.

Para realização da triagem neonatal

Para a triagem neonatal (realizada nas primeiras 48 horas após o nascimento) é realizada somente a avaliação anatomofuncional do bebê, considerando que o bebê demora de 15 a 20 dias para se adaptar às novas condições de vida. Esta avaliação inicial permite diagnosticar os casos mais severos e indicar a frenotomia lingual (pique na língua) já na maternidade. Se a soma total dos escores da avaliação anatomofuncional do protocolo for igual ou maior que 7, pode-se considerar a interferência do frênulo nos movimentos da língua e orientar a família sobre a necessidade da cirurgia. A única parte do protocolo que pode ser aplicada, e os seus escores considerados de forma isolada, é a avaliação anatomofuncional. Nos casos onde houver dúvida, (normalmente quando o escore total da avaliação anatomofuncional for entre 5 e 6), ou não for possível visualizar o frênulo lingual, o bebê é encaminhado para reteste com 30 dias de vida, sendo que os pais devem ser orientados sobre possíveis dificuldades na amamentação, para que não ocorra o desmame precoce nesse período.

Para realização do reteste

O reteste é realizado após 30 dias de vida. No reteste é aplicado o protocolo completo. Esse protocolo contém escores que podem ser analisados a cada etapa de sua aplicação, portanto, as respostas da história clínica podem ser desconsideradas, caso seja observada inconsistência nas respostas dadas pela mãe ou pelo responsável. Para o reteste é necessário que o bebê esteja bem acordado e com fome (próximo à hora da mamada), para que possa ser realizada a avaliação da sucção nutritiva. É importante que o avaliador tenha conhecimento das orientações recomendadas pela UNICEF, referentes ao aleitamento materno.

Se a soma total dos escores da história clínica e do exame clínico (avaliação anatomofuncional e avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva) for igual ou maior que 13, pode-se considerar a interferência do frênulo lingual nos movimentos da língua e encaminhar para cirurgia. Se for realizado apenas o exame clínico (avaliação anatomofuncional e avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva) e a soma total dos escores for igual ou maior que 9, pode-se considerar a interferência do frênulo nos movimentos da língua e encaminhar para cirurgia.

Para realização da cirurgia

A cirurgia para liberação do frênulo lingual pode ser realizada por Odontólogos e Médicos. Os procedimentos utilizados podem ser a frenectomia, a frenuloplastia e a frenotomia. Na frenectomia, o cirurgião remove o frênulo lingual; na frenuloplastia, é feita uma reposição cirúrgica do frênulo; e na frenotomia, é realizado o corte e divulsão do frênulo lingual. A literatura refere que, em bebês, a frenotomia é o procedimento mais indicado.

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Junia Lane