Quais são os direitos das crianças?

Terceirização da Infância

Devido a correria do dia-a-dia, muitos pais passam pouco tempo com os filhos e os deixam mais tempo em creches ou com as babás, podendo acontecer de só vê-los dormindo. Claro, muitos pais não podem abrir mão do trabalho de carteira assinada para poder se dedicar a cuidar dos filhos 100% do tempo.

Mas é muito importante dedicar alguns momentos do dia para ficar com os filhos, para passar tempo juntos, conversar, ouvi-los, brincar, estabelecer um laço, acompanhar e se emocionar com cada conquista. A educação principal precisa ser dos pais, a escola e babá só continuam o que foi ensinado. A criança precisa desse momento, desse elo com os que são principais e mais importantes para ela.

Distração permanente

Atualmente, as crianças passam muito tempo em celulares, computadores e televisão, sempre distraídas. É muito importante para a criança ter tempo para brincadeiras livres, onde ela decida do que vai brincar e usar a imaginação pra criar suas próprias brincadeiras e histórias.

Dessa forma, ela tem a oportunidade de se sentir entediada e aprender a administrar seu tempo. Isso pode começar desde cedo, ao perceber que a criança não precisa ser atendida sempre, que ela está se divertindo sem “fazer nada”. Se o bebê estiver tranquilo acordado no berço, sentindo-se bem sozinho, permita-lhe essa experiência e privacidade.

Adultização da infância

Adultizar uma criança significa inseri-la precocemente no mundo adulto. Isso acontece através do incentivo a aquisição de produtos desnecessários, como sutiã de bojo para meninas à partir de 2 anos de idade, maquiagem e sandálias de salto, músicas que não tem letras infantis, danças sexualizadas e roupas de adultos, por exemplo.

A infância é uma fase extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano. É uma fase de descobertas e isso vai acontecendo aos poucos e não deve ser imposto. A pressa é do adulto, não da criança.

Impedir a independência da criança

Muitas crianças são muito dependentes dos pais, e alguns pais gostam disso.  Eles se sentem importantes com a sensação de que os filhos precisam deles e não podem viver sem eles.

É importante que os pais mostrem aos filhos que eles são capazes de fazer as coisas por si mesmos. Claro que as crianças precisam de ajuda, mas é importante permitir que a criança faça o que ela tem condições de acordo com a sua idade, como escovar os próprios dentes, guardar os brinquedos, arrumar seu próprio quarto.

Superproteger, impedindo que a criança se frustre

Dizer “não” também é educar. Quantos pais dizem que irão comprar outro brinquedo para o filho quando o brinquedo dele quebra e ele chora?! Quando os pais não permitem que o filho chore, passam a mensagem que há algo errado nisso, que sentir tristeza, medo, decepção e frustração é ruim.

É preciso preparar as crianças para saírem emocionalmente bem, diante das provações e dificuldades que poderão enfrentar quando adultos. É bom que eles entendam que é preciso conquistar para ter o que querem e que nem sempre terão tudo o que desejam no tempo que gostariam.

 Rotular as crianças

Rótulos são vícios que temos em todo momento, com adultos, crianças, culturas. “Aquele homem é carrancudo”, “aquela mulher é tão boazinha”, “aquele país é sujo”, “ele é muito educado”.

É muito importante evitá-los ao máximo na criação dos filhos. A maneira como o adulto fala com uma criança pode afetar a imagem que ela tem de si mesma.  Se os pais dizem, “ele é tão bonzinho”, a criança pode não ir atrás de algo que seja direito seu por pensar que isso possa causar problemas. Se ele é bonzinho não deve causar problemas.