Hoje a vovófa não veio para dar conselhos de sabedoRia, nem dicas e experiências de mãe/ avó. Nesta sexta ela acordou inspirada e resolveu compartilhar uma poesia sobre como é bom ser criança, especialmente para o dia das crianças.

Bom mesmo é ser criança,
Pode berrar, resmungar, dorme quando quer, acorda se quiser.
Pode não ter etiqueta. Derrama o leite na jaqueta.
Não sabe o que é um boleto, mas conhece o spoleto.
Esfarela biscoito no carro.
Até no vidro achei um catarro.

Bom mesmo é ser criança.
Não sabe que existe o dia seguinte, mas grita meia noite e vinte.
Olha mas não vê o perigo. Beija até o mendigo.

Não importa se nasceu canhoto. É incentivada a dar arroto.
Brinca na rua de amarelinha e pode andar só de calcinha.
Não precisa murchar a barriguinha.
Solta gazes sem constrangimento,
Faz isso até no casamento.
Bom mesmo é ser criança,
Vê uma bola e já quer chutar.
Fala com os bonecos e a resposta consegue escutar.
Tem uma responsabilidade grande e precisa logo cumprir: a parede colorir!

Na minha infância eu assisti minha irmã Magaly, que era canhota, sendo “educada” para escrever com a mão direita. Como se fosse um defeito ser canhoto. Ela sofreu com a mãozinha enfaixada. Hoje ela é destra?!
Na minha infância tinha missa todo dia e eu não aceitava rezar sem antes beijar e abraçar os mendigos que dormiam no papelão na porta da igreja. Eu queria levá-los para mim. Eu os amava. Por mais que me explicassem eu não via a tal das bactérias que diziam. Eles me amavam e me esperavam com um pão.

Quase consigo rebolar, mas é só no bambolê;
Ei, parem de me olhar… vão me inibir.
Fácil mesmo é balançar, descer no escorrega e rolar no chão sem medo de sujar a mão.
Mamãe diz que tem um nó nas tripas quando me vê correndo atrás de pipas.

Na minha infância eu não conseguia subir nas árvores e parecia tão fácil as crianças lá em cima. Eu implorava para elas me jogarem as amoras, goiabas e mangas que tínhamos no quintal.
Eu ainda estou aprendendo a subir em árvores.

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