Categorias Bela, Desabafo de Mãe

Perdendo o Controle – Se respeite, não perca o bom humor.

Fazia tanto tempo que não escrevia para a coluna “desabafo de mãe“. Como falo para vocês, é como se fosse mesmo nosso diário. É sempre muito sincero, “causos” de mãe, de mulher, que sofre, que ama demais, que vive tudo intensamente. Hoje quero dividir com vocês alguns momentos de “perder o controle” na rotina Lore + Bela. Falando em rotina, estou devendo um post contando como funciona com a gente, com os compromissos, home office e um bebê. Vou tentar falar sobre isso na próxima semana.

Sobre perder o controle…. Eu sinceramente achei que ficaria fora dessa. Me considero uma pessoa relativamente calma, quase sempre controlada. Foram poucos momentos da minha vida que “explodi” pra valer, ou que me descontrolei tão rapidamente. Com a Bela bebezinha eu tive dias muitos difíceis, madrugadas cansativas, momentos exaustivos… Tive ajuda da minha mãe por umas 3 semanas e depois foi “eu + eu”. Claro que teve/tem o Diego, mas a rotina dele é super pesada com trabalho + aulas à noite…. enfim! Eu sabia que podia contar comigo mesma e no começo isso me bastou. Tirei forças não sei da onde (na verdade eu sei: força que só mãe tem) e deu tudo certo.

Quando nos mudamos para SP, a Bela tinha quase 10 meses. Passei a ter ajuda todos os dias da semana, exceto sexta-feira, consequentemente aumentei a demanda nos blogs, as reuniões, as produções… A Sandra, minha ajudante, dorme aqui, mas na quinta ela retorna para a sua casa e eu separei a sexta para não trabalhar, curtir a Bela intensamente, só nós duas. Bom, isso não aconteceu na realidade. Ficar em casa e não trabalhar é quase impossível para mim (essa é uma das partes ruins de home office: fica tudo junto e misturado). Então, eu tento sair, vamos ao shopping, mercados, parquinho, piscina…. Mas, um dia inteiro fora da rotina, emendando com o final de semana nem sempre é bom. Tento mesclar com saídas curtas para não alterar muito a hora do almoço e da soneca.

Acontece que às sextas são quase sempre caóticas. Após 4 dias seguidos da Bela acostumada com uma rotina fixa, sexta deve dar um nó na cabeça dela, ou ela quer chamar bastante atenção. Vocês acreditam que quando ela vê que estou indo em direção à cadeira do escritório começa a reclamar, e quando eu sento, diversas vezes ela grita? Meu pai! A menina já tem um trauma em sua curta vida, rsrsrs. Os brinquedinhos dela ficam bem perto de mim, do meu computador, eu coloco musiquinhas, converso, explico que preciso trabalhar… Quase sempre dá certo, mas com bebê nunca tem mesmice, né?!

Como estava contando, sou até que calma, mas tive meus momentos de perder o controle, de chorar muito, de não saber o que fazer, de simplesmente querer sumir, de me culpar por estar sentindo tudo isso…

Quando ela tinha um aninho, era uma sexta (claro), o mundo se acabando com os e-mails, ligações e probleminhas do blog (o Lápis de Mãe não dá trabalho, só o de Noiva, rsrsrs), a Bela bem chorosa, jogou a comida pro alto no almoço, nada estava bom e eu super sem paciência, tendo que fazer tudo ao mesmo tempo (ok, isso é vida de mãe, que desculpinha, rsrsr), perdi o controle. Após uma hora entre faz dormir, dá mamá, coloca no berço, tenta dormir junto na cama, etc…. E ela chorando muito (com os olhos fechados de tanto sono) eu gritei! Sabe, involuntário, totalmente fora de controle? Essa era eu! Comecei a chorar e liguei para o Diego, eu tinha percebido quão fora de mim estava. Embora ligar não adiantasse muita coisa (eu tinha que resolver a situação), ele me acalmou. Saí do quarto com a Bela por uns minutos, voltei e mais calmas, ela dormiu.

Chorei o resto da tarde. Arrasada, pensando: “como eu fui capaz de perder o controle desse jeito?”. O Diego chegou bem mais cedo que o comum, me abraçou, falou que estava tudo bem, lavou a louça (rs) e aos poucos eu fui melhorando.

Outro dia tive um episódio parecido, bem na hora da soneca. Tive que sair do quartinho, me afastar mesmo para chorar no travesseiro. Quando me ausentei ela cansou do “show”, deitou e dormiu. (aaahhhh!!!)

Acontece que quando você está prestes a perder o controle muitas vezes não consegue enxergar tudo isso com muita clareza. Eu escrevo com um pouco de vergonha, mas de certa forma, quero dividir com vocês que não é perfeito, não é perfeito em nenhum lar. Eu tenho meus momentos de muito cansaço e tive meus dias de perder o controle. A Bela não tem culpa, ela não sabe os problemas de adulto que passo, mas resolvi me respeitar e não me culpar pelos momentos de impaciência. Só preciso ter mais sabedoria e controle. Posso ser impaciente, mas devo manter a calma. (exercício constante).

Analisando esses momentos, depois que “a fúria” e “a culpa” passaram, resolvi que posso evitar muito stress se eu trabalhar a minha mente e respirar fundo.

Aprendi que preciso trabalhar, com certeza (minha família precisa dessa renda, e eu amo demais ser mãe e profissional). Mas, alguns dias, alguns momentos, está tudo bem não ter rotina, jogar tudo para o alto e ir para o parquinho, ficar na cama com ela até mais tarde. Os dias de dentinho nascendo e de muita irritação, a hora do almoço tem desenho na TV. É raro, mas se nesse dia eu também estiver muito cansada ou tendo que resolver problemas, preciso evitar o caos ao máximo. A jantinha é do lado de fora de casa, no colo, vendo as crianças brincando na rua. Sou super a favor da rotina, mas não quero e não posso ser escrava dela.

Um dia após o outro. Mãe que perde o controle, que fica nervosa e estressada não é mãe que ama menos. É mãe que precisa de ajuda, que precisa de alguns minutinhos sozinha, de um break. Se conhecer e se respeitar é o começo para superar os momentos difíceis.

Por aqui temos ido super bem, inclusive nas “sextas do terror”, rs. Bom humor é o meu melhor amigo, não largo dele jamais!

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22 comentários

  1. Lore você é um exemplo! Acompanho desde o comecinho seu casamento, agora a maternidade. Não sou mãe ainda, e já me espelho em você! bjo

  2. Isso é muuuuito real. Meu filho tem 1a5m e sempre me vejo nessa situação. Um dias desses, depois de muito pedir, explicar, conversar, distrair para não atirar as coisas pela janela do apartamento, não deu! Explodi… Dei um berro e ele chorou muito, choro sentido, assustado de nunca ter visto a mãe dele daquele jeito. Acho que se ele não tivesse ligado, não ia ter doído tanto em mim. Ele veio correndo pro meu colo, abraçou e pediu tetezinho (siiiiim, tbm estamos na amamentação prolongada!). Às vezes me sinto culpada de querer um tempo sozinha, de silêncio, um dia sem ele. Mas sei que isso tbm é importante. Enfim… Vida de mãe!
    Bjs pra vcs

  3. Eu sempre me pego nesses arrependimentos de mãe… Acredite, nós que trabalhamos em Home Office temos desafios extras na nossa rotina. É muito dificil conciliar filho + rotina + afazeres + reuniões + compromissos + nós mesmos….

    Acredite, somos muito fortes por conseguir levar tudo isso adiante !
    A Bela, assim como a minha Julia terão muito orgulho das mães <3 !
    Acredito e assim como você, faço por merecer, sempre ! Beijos !

  4. É assim Lore, um dia após o outro.
    Às vezes me sinto e me comporto da mesma maneira. Mesmo sabendo o que deveria acontecer.
    Atualmente tenho meu esposo ao lado, cuidando e participando. Mas a rotina é bem pesada.
    Para esses dias conturbados, peço sempre à Deus paciência e sabedoria. Quando me falta o controle e explodi, respiro bem fundo e repito: “VAI PASSAR, É SÓ UMA FASE”.
    Força meninas! Não estamos sós. :*
    Raquel e Bela

  5. Que bom ter vc Lore compartilhando sobre a maternidade real. Nem tudo são flores e momentos mais tensos fazem parte dessa nossa rotina de mãe, mas tudo passa sempre e assim nós podemos continuar ❤

  6. ahhh Lore, ontem tive meu primeiro momento de descontrole e não foi com a minha bb de 1 ano e 3 meses, foi com meu filho de 4 anos… ele sempre foi desde bb dorminhoco… mas a 27 dias não dorme direito, vai pra minha cama e fala… mãe não quero dormir e também não quero que vc durma… oi?!?!

    ontem depois de um dia exaustivo… me rendi ao stress e gritei com ele, sai do quarto e bati a porta… me arrependi 1 segundo depois… mas eu precisava por pra fora… choreiiiiiiiiiiiiiiiiii me acalmei e voltei pra conversar com ele … pediu desculpas e dormiu agarradinho a mim…

  7. Te entendo perfeitamente. Rola muita respirada funda. mas tem hora que sai grito. Não importa onde vc trabalhe, trabalho de mãe é 24h e isso é exaustivo (maravilhoso, recompensador, mas exaustivo). Mas como a relação de filho e mãe é a mais forte que existe no mundo, acho que esses momentos de fúria são compensados por muito amor e dedicação nos outros momentos. Em resumo: tamo junto!

  8. Chorando, me vendo nesse texto, não me sentindo mais sozinha. Com um filho de seis anos, numa fase de desobediência e eu trabalhando em casa já tive muito dias esses momentos que dá vontade de sair correndo, de perder o controle. Que Deus nos ajude nessa principal tarefa da vida de ser mãe.

  9. Ainda não gritei, mas ontem chorei de culpa, tô quase explodindo! Também preciso trabalhar mas com o Arthur home office não dá ! Pior meu marido não quer que eu trabalhe, não quer que eu deixe o Arthur com ninguém, nem escolinha nem vó! mas eu amo meu trabalho, minhas noivas! Estou bem frustrado está semana, ver o Arthur chorando querendo colo e eu precisando mandar e-mail, planilhas me corta o coração, ainda não sei o que fazer !

  10. Lorena, você está certíssima em não se sentir culpada. Isso é suuuper normal. Trabalho com crianças e sei bem como é. As crianças, por mais novas que sejam, são muito espertas e sabem bem onde é o nosso ponto fraco.
    Claro que elas não fazem isso por mal, querem chamar nossa atençao. Mas explodir as vezes faz parte e é até preciso. O mais difícil é suportar o choro dos pequenos nesse momentos. Mas é preciso ser firme, porque isso passa.

  11. Sempre acompanho o Blog, e hoje em especial tive uma situação EXATAMENTE relacionada a isso. A hora do almoço por aqui as vezes é meio tensa, e hoje, ele resolveu bater na colher e jogar longe duas vezes. Na segunda eu surtei e gritei. Ele me olhou tão assustado e tão sentindo, fez um beiçinho e chorou profundo. Me senti um monstro. Não acreditei que pude fazer ele chorar daquele jeito. Larguei tudo, abracei ele, pedi desculpas, expliquei que aquela era a hora do “Papázinho” sentamos novamente e ele comeu tranquilo. Obrigada por dividir suas historias! Você já havia me tranquilizado durante a amamentação, e hoje também!

  12. Confesso que li o seu texto com lágrima nos olhos… ontem eu tive um dia desse. Tenho um bebê de 1 ano e 4 meses e ontem “ele” conseguiu me tirar do sério. Sou uma pessoa relativamente calma e paciente, mas no domingo, dia 19/03, a minha paciência estava zero! Sabe aqueles dias que vc não consegue fazer nada? Meu pequeno toda hora ali perto… hora segurando minhas pernas, hora querendo que a gente (meu marido e eu) abríssemos a porta do quarto.. gritava, se não deixava ele fazer o que ele queria já ficava bravo… Jesus! Aí a tarde eu explodi… acredita que eu falei para ele: “vc está insuportável hoje!” Logo eu que amo aquele serzinho, que é meu bebê, saiu de mim, amo infinitamente.. hoje (segunda, dia 20/03) eu refleti muito sobre minha atitude, já pedi desculpas (ontem mesmo) para ele, pedi perdão… mas não consigo me perdoar. É difícil raciocinar quando se está no olho do furacão, e ontem eu estava lá. Aí passado esse episódio de fúria total, saímos a tarde… fomos ao shopping na feira do livro, fomos andar na praça e quando chegamos em casa eu já estava bem melhor. Com isso percebi (e me prometi!) que quando eu estiver à beira de um ataque de nervos, o melhor a fazer é sair (nem que seja por alguns minutos)… pra relaxar a cabeça e poder respirar com calma. Sair daquele foco de tensão, sair de perto da situação que me deixa chateada, porque assim não magôo pessoas que eu amo e nem me frusto com coisas sem tanta importância. É por aqui eu sigo assim, vivendo e aprendendo. Obrigada pelo texto maravilhoso! Bjão

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Junia Lane