Se tem algo que tira a paz de uma mãe é ver o seu bebê doentinho. Puxa! Por mais boba que seja a gripe, por menor que seja o machucadinho, sempre pensamos: “podia ser comigo”. E sem querer acabamos nos culpando pelas coisas adversas que acontecem com os nossos pequenos. O prêmio de empatia com certeza é de todas as mamães!

Contei para vocês aqui que a Bela foi internada semana passada. Na verdade ela já estava com uma tosse chata há umas semanas. As vezes melhorava, as vezes piorava. Passamos na pediatra, como rotina, e não era nada. Depois que mudamos para São Paulo e demos adeus ao clima úmido e quente do litoral, muita coisa mudou. Impossível sobreviver perfeitamente a esse clima seco e tão gelado.

Uns dias antes da internação a Bela pegou um resfriado. A Junia estava super mal e a Bela acabou ficando também. Na sexta-feira a Bela não queria mais comer, tinha febre, uma tosse carregada, nariz escorrendo, sábado a mesma coisa, mas ela deu uma animada no final do dia e até comeu um pouco de ovinho mexido, mas a madrugada foi de crise. Tosse forte, febre e sono picado. A decisão estava tomada: teríamos que ir até o PS. A gente sempre fica meio em dúvida se é melhor ir para o hospital (mais exposição, excesso de remédios) ou não. Eu tento avaliar bem antes, ligo para a pediatra, mas quando bate aquela insegurança o sexto sentido de mãe, é melhor ir mesmo.

O diagnóstico não era esperado: pneumonia. Saí de casa achando que a minha bebê seria medicada e ficaria em observação em casa mesmo. Não imaginava que não voltaria. Embora o raio x tenha dado como início de pneumonia, a Bela não passou no exame clínico, então o tratamento teria que ser no hospital. Ela estava muito cansada para respirar, com a barriguinha bem funda, sem contar que tinha muito chiado + febre.

Eu fiquei arrasada, pensei em mil coisas, me culpei e por fim, aceitei. Somos religiosos e acreditamos em Deus, e nessas horas a fé é a melhor amiga. Confiar que vai ficar tudo bem dá um conforto e aquece o coração. A internação se deu sem data prevista para alta. Queriam ter certeza que a Bela estaria bem. O nível de oxigênio estava baixo e a tosse muito carregada. Passamos alguns dias de tratamento intenso! Aerolin, corticóide, antibiótico, oxigênio e muita fisioterapia. Que difícil a parte da aspiração, a Bela muito chorosa e sofrendo. Que dó! Ela não podia ver ninguém com o uniforme do hospital que já começada a chorar!

Após 4 dias e um segundo raio x (e uma melhora visível no quadro da Bela), recebemos alta. Foi uma experiência que não quero passar de novo, mas analisando bem, foi a melhor coisa. Me senti segura no hospital, com a minha Bela sendo monitorada o tempo todo e tendo certeza que estávamos fazendo o melhor para ela. Bebês regridem e progridem rapidamente e eu tinha certeza que a pneumonia que tinha aparecido tão abruptamente, iria embora na mesma velocidade!

Nesses dias de hospital eu fiquei tão feliz por amamentar e por poder nutrir minha bebê! Em uma das noites eu cheguei a pensar que não tinha mais como “sair leite daqui”. Me sentia seca de tudo, rs. Mas, o nosso corpo é realmente perfeito. Entendeu que a demanda era outra e a produção aumentou. Passei a ser “parmalat”, como nos primeiros meses da Bela.

O resultado não foi de 100% cura, mas ela estava sem risco. Fizemos alguns testes e exames para avaliar se era vírus ou não, mas é difícil saber. A Bela tem sintomas e características de um “bebê chiador”. Esse é o termo que usam para os bebês que geralmente têm bronquiolite (a Bela teve aos 7 meses) e demoram para resolver e cessar com o problema de uma vez. O Diego teve bronquite forte até os dois anos, e pode ser algo genético (puxa vida!). As crises são desencadeadas por quadros virais, como o resfriado, ou outros fatores como mudanças bruscas de temperatura (o que acontece todo dia em SP). A crise também pode aparecer sem uma causa específica. Temos que esperar mais ou menos até dois anos para saber se a Bela terá asma ou não quando for maior.

Essa coisa de “esperar” é pra acabar com qualquer mãe. Ao mesmo tempo que sei que a Bela está bem, fico encudada tentando ouvir seu pulmão, prestando atenção nos sinais… Que difícil! Estou lendo e estudando sobre o “bebê chiador” ou “lactente sibilante” e em breve vou dividir com vocês. Pelo menos aqui em SP tem mais casos do que imaginei e uma mamãe pode ajudar a outra.

Enquanto isso, muita inalação por aqui, lavagem nasal e puff com corticoide. O antibiótico chegou ao fim e já acabamos as sessões de aerolin! Ufa! A Bela reagiu muito bem ao tratamento e a torcida é para não termos mais crises. Ela já voltou a comer e estamos na luta para engordar um pouco e recuperar as calorias perdidas.

Não quero passar por isso de novo, mas uma coisa é certa: estou mais forte, mais experiente e mais grude no meu bebê! Nos momentos de dificuldade percebemos como a vida é frágil e que o que mais importa é estar ao lado de quem nós amamos. Eu tenho um amor tão grande pela minha cria que chega dói! Coisa de doido essa coisa de ser mãe!

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