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Expectativas dos pais X Expectativas dos filhos

O post de hoje é para refletir e repensar um pouco… Quando nasce uma criança, vêm acompanhado sonhos, expectativas, planejamentos e muitas  idealizações para o seu futuro. Como pais, estamos sempre querendo o melhor para nossos filhos e para o seu futuro, mas nem sempre o rumo da vida deles acontece da maneira como queremos.

A Psicóloga Juliana Gomes compartilha um pouco sobre como lidar com as expectativas dos pais e filhos, o que cada uma pensa e almeja sobre o outro. A querida psicóloga já apareceu por aqui algumas vezes falando sobre Depressão pós-parto e A mudança no casamento com a chegada dos filhos, vale a pena dar uma olhadinha e parar para refletir.

 

Quando pensam em ter filhos, os pais idealizam os momentos que terão juntos, imaginam como eles serão fisicamente, sua inteligência, temperamento, os passeios em família, futuro profissional…

Os filhos são pessoas com características, qualidades, sonhos e individualidade próprios; e, muitas vezes, acontece deles nascerem diferente do que os pais imaginam. Às vezes, os pais têm a expectativa de um filho calmo, obediente, sociável, amoroso, que sigam a mesma profissão deles, a mesma religião, os mesmos hábitos alimentares e entre outras coisas.
E, então, crianças agitadas passam a tomar remédios para se acalmar; crianças desobedientes são censuradas de forma excessiva; filhas tomam remédio para emagrecer quando não têm o tamanho do manequim esperado; filhos são rejeitados quando aparecem com uma namorada que não agrada, sofrem preconceito quando não seguem a mesma religião que a dos pais, e por aí vai.

Cada pessoa é diferente, e isso que faz com que cada um seja importante. A impulsividade de um artista, os cálculos revisados de um engenheiro, o cuidado de um médico, a curiosidade de um cientista, a agitação de um esportista, faz com que cada pessoa seja necessária em um organismo coletivo, e isso não o torna pior que ninguém, mas sim um indivíduo único e extremamente importante.

É importante ajudar os filhos a descobrir quem são, do que gostam e do que não gostam, e qual caminho devem seguir. Deixá-los ser quem eles quiserem ser, saber apreciar suas qualidades e incentivar seus sonhos. Orientar, acolher, e ajudar a tomar decisões, é diferente de impôr o caminho a ser seguido. Se a criança é obrigada a seguir determinado caminho, ela não aprende a ser ela mesma e se torna emocionalmente dependente, precisando sempre de aprovação externa, passando a fazer o que a maioria faz.

Os pais são modelos para os filhos e exercem grande influência sobre eles. Isso é uma grande oportunidade de construir na personalidade dos seus filhos, de incentivá-los e ajudá-los a se desenvolver; de auxiliá-los a ser confiantes, ter bom caráter, orientá-los e prepará-los para o futuro que quiserem realizar. Com amor e entendimento, os pais podem construir uma base segura para que os filhos, quando crescerem, tenham confiança em si mesmos, consciência das próprias qualidades e confiança em ser o que são.

O papel dos pais é mostrar aos filhos que estes sempre poderão contar com eles. Assim, os filhos se sentirão seguros para enfrentar as situações da vida.

Os filhos precisam que os pais estabeleçam com eles bons relacionamentos, apego, amor incondicional, orientação e apoio. Os filhos precisam ter certeza de que nada nesse mundo irá separá-los dos pais, isso inclui ter uma personalidade diferente, gostos diferentes e as escolhas que eles fizerem para a vida.

Respeitar as escolhas e decisões dos filhos também é uma forma de ensiná-los a respeitar o próximo, além de ser uma forma de gerar a segurança de que eles podem contar com os pais em qualquer situação e a confiança de que podem pedir a opinião dos pais e seguir os conselhos dados. Isso melhora a relação entre ambos e gera uma amizade muito benéfica nesse relacionamento.

A melhor expectativa é o desejo de que os filhos sejam íntegros, felizes, e que encontrem seus próprios caminhos. Assim, incentiva-se a ética, o respeito ao próximo, a autoconfiança e a coragem. Muitas vezes, o futuro que os filhos encontram surpreende positivamente os pais. Vale a pena o risco!

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Texto: Juliana Gomes
Foto 1: BLMommy
Foto 2: Pinterest
Foto 3: Ítalo César

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4 comentários

  1. Olá. Gostei muito do seu post pois ontem tive uma discussão com meu marido exatamente sobre isso. Penso como o que você disse. Ao contrario, ele acha que meu filho ainda nao tem idade de saber o que quer.
    Meu marido foi atleta de natação e mesmo antes dos meus filhos nascerem era esse o sonho dele para eles. Aí já viu… Hoje os dois (10 a menina) e (8 o menino) participam de um clube (moramos fora do Brasil) e competem. Eles tem aula 4 vezes na semana a noite (incluindo sabado de manha cedo)… Minha filha adora.. Meu filho apesar de parecer que gosta quando está lá vive dizendo que não gosta… As vezes chora… Mas o pai não quer saber. Diz que a natação competitive vai ajudar a ele nos defeitos dele de organizacao, irresponsabilidade etc etc… E apesar de a princício termos combinado que nunca iriamos obrirgar e que eles tentariam e sem depois de um tempo nao gostassem ontem disse para ele que ele iria fazer e ponto final e so sairia praticamente adulto. Nao sei como ligar com isso. Ate falamos sobre separacao. Por favor… se puder me mandar alguma ajuda por email agradeço.

    1. Querida Juliana,
      Acabei de ver seu post e espero que o final tenha sido feliz, e que tenha recebido algum tipo de ajuda no que solicitou.
      É realmente uma situação dificil e é preciso muita coragem nossa para aceitar que o filho não gosta do que queremos para ele. Tenho tido alguns desafios desse jeito e também já errei dizendo ao meu filho que deve fazer o que lhe digo. Quando refleti, mudei.

      Muita força e luz a todos os pais/mães que estejam nesse momento com esse dilema.

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Junia Lane