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Como lidar com o Divórcio sem afetar os filhos

O assunto de hoje foi muito pedido por vocês, e logo pensamos em convidar a Psicóloga Juliana Gomes, especialista em terapia familiar, para esclarecer alguns pontos importantes sobre o tema DIVÓRCIO.

Nem todos os casamentos duram para sempre, e calma, está tudo bem. O casal não precisa estar apaixonado e não precisa ser melhores amigos – também não precisa gostar um do outro –, mas se eles têm um filho juntos, precisam pensar em algumas atitudes, tanto relacionadas ao filho, quanto relacionadas um ao outro..

Abaixo alguns tópicos a serem pensados:

  • Expliquem sobre o divórcio para a criança – conte para seu filho(a) sobre a decisão de se separarem; não deixem que ele observe o que está acontecendo e perceba tudo sozinho. Não precisa contar os motivos, simplesmente explique que estão se separando, vão viver em casas separadas, não vão ser mais marido e mulher mas continuarão sendo pai e mãe dele(a).
  • Ouça seu filho(a) – pergunte como ele(a) está se sentindo; acolha seus sentimentos e sua possível dor e ajude a entender seus medos. Além de ser bom para a criança. irá te ajudar a entender o que precisa ser mudado na dinâmica de vocês. Explique que não é porque o casamento acabou que o pai/mãe são pessoas ruins. Às vezes a criança pode não saber explicar o que está sentindo, então fiquem atentos aos comportamentos e possíveis mudanças.

É comum comportamentos como: choro, medo, regressão (fazer xixi na cama, por exemplo), culpa, agressividade, mudança no rendimento escolar e achar que o divórcio é temporário. O divórcio pode ser difícil para as crianças e talvez elas precisem de ajuda para entender seus sentimentos e seus medos, se esse for o caso, procure ajuda psicológica.

  • Diga ao seu filho(a) que a culpa não é dele(a) – por dois motivos principais: pais têm discussões relacionadas aos filhos e é comum que as crianças se sintam culpadas pela separação dos pais, então deixe claro que não é culpa delas e que a decisão foi de vocês. Segundo, seu filho precisa entender que, mesmo que a união com seu parceiro(a) tenha acabado, o amor por ele(a) não acabará.
  • Resolvam seus conflitos entre vocês – Existe diferença em lutar pelo direito dos filhos X usá-los para conseguir o que você quer X querer prejudicar/magoar o outro ou “se vingar”. Adultos devem conversar entre si, a criança ela ama o pai e a mãe, e os problemas dos pais não é responsabilidade dela.
  • Aprendam a se comunicar – não se agridam física e nem verbalmente, especialmente na frente dos filhos. Agressões são muito prejudiciais para todos, além de não ser um bom exemplo.

  • Seu filho não é mensageiro – não faça-o levar e trazer recados e informações, nem ser intermediário querendo que escolha um lado. Não faça chantagens financeiras ou com qualquer outro benefício.
  • Seja respeitoso com seu ex-companheiro, com a família dele  (que é família do seu filho também) e, se possível, com o novo relacionamento dele. Lembre-se que o filho de vocês está vendo e percebendo tudo!
  • Não fale mal do ex-companheiro – nem para seus filhos e nem para os outros quando os filhos estiverem por perto. Se você não pode dizer nada de bom, não diga nada.
  • Respeite o tempo do seu filho com o pai – um não é mais importante que o outro, ambos precisam estar presentes, ter tempo de qualidade juntos e construírem memórias juntos. Não faça chantagens para o seu filho não passar tempo com o pai. Seu parceiro merece ter tempo com os filhos e vice-versa. Manter o afeto e a presença de ambos na vida da criança, ainda que a dinâmica de convivência tenha sido alterada, é muito importante.
  • Não seja permissivo – Após o divórcio alguns pais se sentem culpados e passam a ser permissivos com os filhos, dando muitos presentes, deixando-os fazer o que quiserem e até competindo (mesmo que não verbalizando) com o outro genitor, dando mais presentes e levando para mais passeios, tendendo ser “mais legal” que o outro.
  • Unanimidade – Certifique-se de que todas as grandes decisões serão decididas pelos dois. Se vocês não conseguem entrar em acordo em alguma decisão, procure um profissional para ajudá-los, seja um psicólogo para ajudar na melhor maneira de manejar as situações, mediar conflitos de opiniões e lidar com conflitos, um nutricionista para ajudar na alimentação ou um pediatra para questões de saúde.

Divórcio costuma ser uma fase difícil, então cuide-se, ame-se e lembre-se que você precisa estar bem pra seguir em frente, cuidar dos seus filhos e pensar no seu futuro. Se você achar que precisa de ajuda, não hesite em procurá-la. Você não é uma pessoa ruim por causa do divórcio, não se diminua por causa disso. Evite tomar decisões radicais que possam trazer arrependimentos e deixe para tomar grandes decisões – emocionais e financeiras – quando você estiver se sentindo bem emocionalmente.

Veja também:
Tudo sobre adoção – parte 1
Perguntas e Respostas Comuns sobre adoção

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1 comentário

  1. Estou passando por isso e está complicado! Difícil achar que ele é um bom pai mesmo não sendo um bom marido, difícil incentivar o relacionamento dele com nosso filho.

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Junia Lane