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Como ajudar as crianças a lidar com as emoções negativas

O desafio de entender nossos filhos é constante. E quando digo “entender”, é se colocar no lugar deles. Esse é o exercício que faço diariamente para facilitar a minha compreensão em relação aos sentimentos da Chloe. Ah! Mas desde quando? Desde muito tempo, e quanto mais cedo começarmos a fazer isso mais fácil será o nosso maternar.

Como adultos, temos o poder de controlar nossas emoções o tempo todo, calmamente quando nos deparamos com situações difíceis, onde várias coisas não saem como o esperado, fogem da nossa expectativa, não é verdade? Até mesmo quando estamos felizes e não podemos demonstrar publicamente, é desafiador segurar um sentimento tão bom! Nem é aconselhável.

Crianças têm a risada mais deliciosa do mundo, são claras, diretas, expressivas e verdadeiras. E é claro que não sabem como lidar com situações de frustração. Proporcionar só momentos bons, onde todas as coisas acontecem como previstas, e fazer todas as vontades delas, não é uma solução. Ensiná-las a encarar momentos não tão legais é nosso dever. Saber lidar com imprevistos é algo que deve ser vivenciado desde a infância.

Eu bem sei a preguiça que dá PARAR e fazer algo diferente do que os nossos filhos querem. O natural é deixar os filhos fazerem o que querem, mas quando expomos nossos filhos a situações completamente contrárias aos seus desejos estamos ensinando-os a viver. Viver não é isso? Perdemos a hora e precisamos dar a volta por cima. Somos contrariados por nosso próprio cônjuge, não compramos tudo que queremos em um shopping, não deixamos de trabalhar porque choveu, não comemos apenas sorvete todos os dias, nem somos surpreendidos com mudanças de planos diariamente, não é verdade? QUE HORAS VAMOS ENSINAR ISSO PARA NOSSOS FILHOS se não for AGORA?

“É a exposição aos problemas que faz com que possamos aprender a lidar com fatos inesperados.”

A frustração por algo não ter acontecido causa muitas emoções negativas como tristeza, raiva, decepção e um sentimento de incapacidade. Esses sentimentos nos causam sofrimento, e para as crianças, neurocientificamente falando, têm um peso muito maior. Por acharem que “o mundo gira em torno delas” eles não conseguem perceber que existem situações que não podemos controlar.

O que você faz quando seu filho se frustra? Avalia-se.

O diálogo tem um papel extraordinário nesses momentos.
É nesse momento que aprendemos lições preciosíssimas e nos perguntamos: “Era possível evitar a frustração?” “Conseguimos evitar da próxima vez?
É FUNDAMENTAL verbalizar o que aconteceu e o que deixou a criança triste.

Esse momento de reflexão TRAZ os sentimentos inconscientes: tristeza, raiva, decepção, que são subcorticais, que não conseguimos controlar PARA o córtex – nossa consciência, lugar onde analisamos e pensamos. Só nós podemos guiar nossos filhos nesse processo, entende? Temos um poder IMPORTANTISSIMO.

“Não é possível TER tudo que se quer, nem FAZER tudo o que se quer. Quando uma criança cresce sem essa ideia da realidade cria o que chamamos de realidade artificial, e, como sabemos, tudo o que é artificial não se mantém, pois o mundo em que vivemos não é nada benevolente, muitas vezes até nos coloca em situações de conflito nas quais nossas vontades não são satisfeitas. Vivenciando suas frustrações, as crianças crescem mais humanas e equilibradas.”

Quando a criança se frustra, ela SE DESENVOLVE. Porque ao passar por todo o processo estamos acreditando no potencial dela e apostando que ela conseguirá, apensar da tristeza, da raiva e da decepção, superar esse desafio.

Quando a criança não se frustra e todos os seus desejos são satisfeitos, no seu desenvolvimento ela se torna INSEGURA. Como? Cultivamos nela uma baixa autoestima através de “deixa que eu te ajudo”, “você é muito pequeno”, “você não consegue entender”, “você é incapaz”, “você é fraco”.

Poupar as crianças dessas situações pode torná-las mais agressivas, enfrentando as situações com birras, nada racionais e com muito sofrimento, ou extremamente passivas, onde não sabem se posicionar em relação a coisa alguma.

Como consegui ajudar a Chloe a lidar com a frustração?
Conversando muito.
Fazendo ela refletir sobre as situações e circunstâncias que nos encontrávamos.
Nomeando os possíveis sentimentos que ela estava sentindo.
Sentir intensamente.
Encontrando uma outra alternativa para se alegrar novamente.

Essa é uma estrutura simples imprescindível para viver a vida que é cheia de tristezas e problemas, encarando com mais satisfação, valorizando mais as conquistas e contornando as frustrações.

Vamos ajudar mais nossos filhos nesse processo?
Dá trabalho, mas eles se tornarão adultos mais felizes e equilibrados!
Vai valer a pena.

*Se você gosta desse assunto vale a pena ler o livro da Luciana Brites e DR. Clay Brites “Como saber do que seu filho realmente precisa?”

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Junia Lane