Quando engravidei da Bela, tinha muita curiosidade de saber como ela viria, como seria o rostinho dela e as características da personalidade. Esse último foi tão surpreendente e especial para mim e para o Diego que agora, já grávida do Pedro, a gente nem pensa muito sobre a fisionomia dele, só queremos ver como será a personalidade. É a parte mais marcante, mais incrível e desafiadora também. 

Por aqui a gente diz que a Bela é delicada (às vezes meio fresquinha, rs) do dedinho do pé até o fio de cabelo da cabeça. Não é nada fácil cortar as unhas dos pés sem um leve “ai mamãe, tá doendo” (#quedrama), e molhar a cabeça da Bela é uma das coisas que ela mais odeia. Já vai para o banho falando “a cabeça só amanhã, tá?”(#malandrinha).

Seu jeito único e sensível foi desde o começo. Bebezinho do choro baixo, olhar tenro e risada delicada. Tivemos que evitar muitas festinhas, especialmente à noite porque ela não aguentava barulho. Muita gente falava para eu expô-la mais ao barulho, mas era algo tão dela que resolvi equilibrar a nossa rotina com as necessidades da nossa Bela. Duas coisas marcantes (e antes mesmo dos 6 meses): 1- emoção ao ouvir música clássica. Algumas vezes chegou a sorrir e chorar ao mesmo tempo. Que coisa mais graciosa. 2- aos sábados, quando íamos à igreja, podia tocar qualquer instrumento, menos flauta doce. Bela abria o berreiro e não tinha peito que resolvesse. 

Ela foi crescendo e se desenvolvendo de forma doce e linda. Menininha de poucas aventuras, especialmente se compararmos com a nossa Chloe (#pequenofuracão, rs). Demorou para andar e gostava muito era de colinho e mamazinho. Um tom de voz mais grosso do pai e o bico de “muito sentida” estava formado.

Para acompanhar todo o histórico sensível, os problemas respiratórios começaram aos 8 meses com a primeira bronquiolite; aos 11 meses, pneumonia seguida de internação, e no ano seguinte mais 2 pneumonias. Cada gripe que aparecia a gente corria para o hospital. Graças a Deus sempre se recuperou muuuuito rápido, nunca deixou de comer e a amamentação prolongada foi muito bom para nós. 

Tem uns 3 meses que ela apareceu com umas bolinhas vermelhas, inicialmente concentradas perto do bumbum e na perninha. Achamos que era da fralda, mas depois de 2 diagnósticos errados, fomos ao dermatologista e a Bela tem dermatite atópica. Ou seja, sabonete e creme hidratante especiais. A coisa piora quando não usa a fralda pampers branca. Ou seja, é delicada mesmo e uma menina um tanto quanto cara (rsrsrs). 

E, a grande novidade que já foi motivo de muito choro (da minha parte, é claro), começou mesmo no segundo dia de férias. Em outubro fomos para NY e era muita alegria! Muita expectativa! Ainda tenho que dividir com vocês todos os detalhes dessa nossa aventura por aqui (em breve). Férias, viagem de avião, muitas novidades… Já no segundo dia, a Bela começou a gaguejar um pouco. Ligamos para o pediatra e ele falou que com certeza era emocional, que a gente deveria ficar calmo e respeitar os horários dela. Isso já estava nos planos, então ficamos mais tranquilos. Tivemos altos e baixos durante os 15 dias. Alguns dias com a Bela 100%, outros mais ou menos. Em momentos de muita euforia ela tinha mais dificuldades de se comunicar. Começamos a reparar que não poderia ser físico mesmo, e sim emocional. 

Quando voltamos para casa ela estava ótima. Chegamos em um sábado, e segunda cedinho eu já viajei à trabalho. Voltaria em 2 dias. Nessa mesma segunda, quando o Diego chegou do trabalho à noite, ele sentiu uma grande piora, e quando eu voltei na quarta, a Bela estava com muita dificuldade de falar. Na quinta-feira ela já não queria mais falar. Acho que percebeu que estava muito difícil e apontar era a melhor alternativa. Marcamos rapidamente um pediatra que eu já queria testar mesmo. É o marido da minha ginecologista, e antes mesmo de sair de férias, tinha decidido com o Diego que seguiríamos a linha da medicina antroposófica, idem a minha médica. Além de ser no mesmo consultório, que na verdade é uma casa aconchegante e agradável. 

Passei o final de semana muito triste, mas o Diego me acalmou bastante, especialmente porque a Bela estava ótima. Feliz, comilona, ativa, brincando. Mas, quase não falava. 

Na segunda, durante a consulta, o pediatra foi bem firme em dizer que era emocional e completamente comum nessa fase. Até os 3 anos são muitas emoções, o auge do egoísmo, e algumas crianças apresentam diferentes sintomas: algumas não comem, ficam histéricas, outras ficam mais doentes e febris, algumas retroagem em alguns aspectos… Também prescreveu uma fórmula natural (manipulada na Weleda) e marcou outros 2 retornos. Resumindo, a Bela foi voltando ao normal aos poucos e em uma semana ela estava 100%! Acredito que atrelado a isso, a nossa rotina voltou ao normal e eu fiquei tão mais calma.

Ela ainda tem alguns altos e baixos. No dia em que a Chloe chegou em casa, ela gaguejou um pouquinho. Alegria extrema, um pouco de ciúmes. Semana passada o Diego viajou por uns 6 dias. No dia exato em que ele retornou, também tivemos baixas, e no dia seguinte já estava 100%. No aniversário da priminha que ela desfilou de rainha Elsa também foi muita emoção. 

Enfim! O que temos feito é respeitá-la. Não a privamos de emoções, até porque a Bela terá que aprender a lidar com isso (é a vida, né?). Mas estamos aqui cheios de amor, compreensão e carinho. 

Sem dúvida a Bela é a menina mais sensível que conhecemos. Amamos isso nela, é como se tivéssemos ganhado o maior dos presentes da nossa vida. E, como diz o Diego: “ela é exatamente o sonho de filha que tive”. Não sabemos como será daqui pra frente, mas estamos confiantes e tranquilos. Vai ter muito colo? Vai sim! Mas também vai ter muito encorajamento pra ela voar e viver todas as emoções que esse mundão tem a oferecer. 

Bela… papai, mamãe e Pedrinho amam muito você! Obrigada por ser exatamente quem você é!